Doença de Corpos de Lewy: o que é, sinais e cuidados
- Administrativo Nandare
- 15 de out.
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Fonte da imagem: UOL
A Doença de Corpos de Lewy (DCL) é uma condição neurodegenerativa que afeta principalmente a cognição, o movimento e o comportamento. Ela é considerada uma das principais causas de demência em pessoas idosas, ficando atrás apenas da Doença de Alzheimer. Apesar de menos conhecida, a DCL combina características de duas condições amplamente estudadas, o Alzheimer e o Parkinson, o que pode tornar o diagnóstico um desafio. Recentemente, o artista Milton Nascimento foi diagnosticado com a DCL e trouxe atenção para a condição.
O nome da doença vem dos “corpos de Lewy”, pequenas estruturas anormais formadas por acúmulo da proteína alfa-sinucleína dentro dos neurônios. Esse acúmulo interfere na comunicação entre as células cerebrais, levando à perda progressiva de funções cognitivas e motoras.
🔍 Sinais e diagnóstico
Um dos sinais mais marcantes da DCL é a flutuação cognitiva, que são períodos de confusão intensa intercalados com momentos de lucidez. Além disso, alucinações visuais (ver pessoas, animais ou objetos que não estão presentes) são muito comuns e geralmente surgem logo no início do quadro. Outras manifestações incluem rigidez muscular, lentidão dos movimentos e tremores, semelhantes aos observados na Doença de Parkinson.
Enquanto o Alzheimer se manifesta principalmente pela perda de memória, e o Parkinson pelo comprometimento motor, a Doença de Corpos de Lewy se caracteriza justamente por essa combinação de sintomas cognitivos, motores e comportamentais. Por isso, muitas vezes o diagnóstico pode ser confundido com outras demências.
O diagnóstico é clínico e envolve uma avaliação detalhada feita por um neurologista ou geriatra, incluindo histórico médico, observação dos sintomas e exames de imagem como ressonância magnética ou tomografia. Em alguns casos, testes neuropsicológicos ajudam a identificar as alterações cognitivas específicas da doença.
🌿 Tratamento e cuidados
Ainda não há cura para a Doença de Corpos de Lewy, mas o tratamento busca controlar os sintomas e preservar a qualidade de vida. Medicamentos podem ajudar na rigidez muscular e nas alterações cognitivas, enquanto terapias não farmacológicas, como estimulação cognitiva, fisioterapia, musicoterapia e acompanhamento psicológico, desempenham um papel essencial na manutenção da autonomia e do bem-estar.
Além disso, o apoio familiar e o cuidado interdisciplinar são fundamentais. O conhecimento sobre a doença e o acolhimento adequado reduzem o estresse do cuidador e promovem um ambiente mais seguro para a pessoa.
Prevenção e qualidade de vida
A prevenção não é totalmente possível, mas manter hábitos de vida saudáveis pode reduzir o risco de desenvolver doenças neurodegenerativas. Praticar atividade física, cuidar da alimentação, manter o cérebro ativo com leitura, jogos e aprendizado contínuo, além de cultivar relações sociais, são medidas que protegem o cérebro ao longo do envelhecimento.
A Doença de Corpos de Lewy nos lembra da complexidade do cérebro humano e da importância de um olhar atento às sutilezas das mudanças cognitivas e comportamentais. Um diagnóstico precoce e uma rede de apoio preparada fazem toda a diferença no cuidado e na promoção de uma vida com mais dignidade e conforto.
Referências
CARAMELLI, Paulo et al. Diagnóstico e manejo da demência da doença de Parkinson e demência com corpos de Lewy: recomendações do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia. Dementia & Neuropsychologia, São Paulo, v. 16, supl. 1, p. 105-119, 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-5764-DN-2022-S105PT. Acesso em: 14 out. 2025.
MSD MANUALS. Demência por corpos de Lewy e demência da doença de Parkinson. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais-da-medula-espinal-e-dos-nervos/delirium-e-dem%C3%A9ncia/dem%C3%A9ncia-por-corpos-de-lewy-e-dem%C3%A9ncia-da-doen%C3%A7a-de-parkinson. Acesso em: 14 out. 2025.
Redigido por
Sandy Nonaka - Estagiária em Gerontologia
Revisado por
Audrey Ricetto - Gerontóloga



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