A tecnologia tem transformado a maneira como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Na velhice, essa revolução digital tem um impacto ainda mais significativo, proporcionando ferramentas e soluções que melhoram a qualidade de vida, promovem a inclusão social e aumentam a autonomia das pessoas no processo de envelhecimento.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), de 2019 a 2021 o número de pessoas com mais de 60 anos que fizeram uso frequente da internet passou de 44,8% para 57,5%. Seja por meio da web, smartphones ou aplicativos, a tecnologia não deve ser um inimigo dessa faixa etária, já que ela oferece inúmeros benefícios que, por sua vez, são capazes de proporcionar caminhos para ter mais bem-estar no dia a dia. Algumas das formas pelas quais a tecnologia pode ser uma aliada no processo de envelhecimento são:
1. Saúde e Bem-Estar
Dispositivos como relógios digitais (smartwatches) e aplicativos de monitoramento de saúde ajudam a manterem um controle mais próximo de suas condições de saúde. Eles podem monitorar batimentos cardíacos, níveis de atividade física e qualidade do sono, além de lembrar o usuário de tomar medicamentos ou realizar consultas médicas.
Plataformas de telemedicina também têm facilitado o acesso a profissionais de saúde, permitindo consultas virtuais que reduzem a necessidade de deslocamento e oferecem comodidade.
2. Conexão Social
As redes sociais e aplicativos de comunicação como WhatsApp e Facebook possibilitam que as pessoas idosas mantenham contato com familiares e amigos, mesmo a longa distância. Isso ajuda a reduzir o isolamento social, um dos principais fatores que afetam a saúde mental no processo de envelhecimento.
3. Entretenimento e Estímulo Cognitivo
Serviços de streaming, como Netflix e Spotify, oferecem acesso a uma vasta gama de conteúdo, desde filmes e séries até músicas e podcasts. Aplicativos de jogos e plataformas de aprendizado online, como Duolingo ou Lumosity, também ajudam a estimular o cérebro, melhorando memória e cognição.
4. Autonomia e Mobilidade
Tecnologias assistivas, sistemas de casa conectada, permitem que pessoas mantenham sua independência por mais tempo. Dispositivos como sensores de quedas e sistemas de emergência conectados oferecem segurança adicional, garantindo que a ajuda seja acionada rapidamente em situações de urgência.
5. Educação e Inclusão Digital
Projetos de inclusão digital para maduros têm se tornado cada vez mais populares. Cursos presenciais e online ensinam desde o básico, como usar um smartphone, até habilidades mais avançadas, como navegar em sites ou utilizar aplicações específicas. Esse aprendizado abre portas para novas oportunidades e aumenta a confiança dos maduros em relação à tecnologia.
Conclusão
A tecnologia, quando acessível e bem aplicada, tem o poder de transformar a experiência no envelhecimento, trazendo mais qualidade de vida, conexão, autonomia e assistência. Cabe a nós, como sociedade, garantir que esses recursos estejam ao alcance de todos, promovendo a inclusão digital e eliminando barreiras que possam dificultar o acesso dos maduros a essas soluções inovadoras. Por essa razão, é essencial contar com profissionais capacitados que possam orientar e instruir o público idoso de forma eficaz. Nesse contexto, os gerontólogos desempenham um papel fundamental ao oferecer aulas de inclusão digital voltadas para o público 60+. Esses profissionais, especializados no processo de envelhecimento, compreendem as necessidades e desafios específicos dessa faixa etária, adaptando a abordagem pedagógica para facilitar a aprendizagem. Por meio de métodos acessíveis e didáticos, os gerontólogos promovem não apenas o desenvolvimento de habilidades tecnológicas, mas também a confiança e a autonomia dos maduros, permitindo que se conectem ao mundo digital e usufruam de seus benefícios de forma plena.
Referências
LILIAN DIAS BERNARDO. As pessoas idosas e as novas tecnologias: desafios para a construção de soluções que promovam a inclusão digital. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 25, n. 4, 1 jan. 2022.
MIRANDA, L. M. DE; FARIAS, S. F. As contribuições da internet para o idoso: uma revisão de literatura. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, v. 13, p. 383–394, 1 jun. 2009.
Redigido por
Sabrina Oura - Estagiária em Gerontologia
Revisado por
Lucas Pereira - Gerontólogo
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