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5 Mitos da Longevidade

Foto do escritor: Administrativo NandareAdministrativo Nandare

A longevidade é um tema rodeado por crenças populares e informações nem sempre precisas, que podem distorcer a realidade sobre o envelhecimento. Essas ideias equivocadas limitam nossa percepção sobre as possibilidades dessa fase da vida e até influenciam a maneira como cuidamos da nossa saúde. Neste texto, vamos desvendar alguns dos mitos mais comuns sobre a longevidade, baseando-nos em estudos científicos e conhecimento especializado, para que você possa enxergar o envelhecimento com mais clareza e confiança.



Mito 1: O avanço da idade significa perda inevitável de capacidade cognitiva


Embora algumas funções cognitivas possam passar por mudanças, pesquisas demonstram que o cérebro mantém a capacidade de aprendizado, adaptação e plasticidade ao longo dos anos. Estudos indicam que a formação de novas conexões neurais pode ocorrer em qualquer fase da vida, desde que haja estímulos adequados. Estratégias como aprender um novo idioma, tocar um instrumento musical ou praticar jogos de raciocínio podem fortalecer a memória e a concentração. Além disso, uma alimentação rica em antioxidantes, ômega-3 e vitaminas do complexo B auxilia na manutenção da função cerebral.


Mito 2: A diminuição da vitalidade física é um processo irreversível


A crença de que a perda de força e resistência é inevitável ignora o impacto do estilo de vida. A prática regular de atividade física, como musculação, caminhadas e alongamentos, pode manter a funcionalidade muscular e óssea, reduzindo riscos de quedas e doenças metabólicas. A sarcopenia, condição caracterizada pela perda de massa muscular, pode ser prevenida e até revertida com exercícios de resistência e uma alimentação rica em proteínas e aminoácidos essenciais. O treinamento de equilíbrio e flexibilidade, como ioga e pilates, também contribui para a autonomia funcional.


Mito 3: Pessoas longevas são, em sua maioria, solitárias e isoladas


O contexto social tem um impacto significativo na qualidade de vida. Estudos apontam que a manutenção de laços afetivos, a participação em atividades comunitárias e o envolvimento em projetos significativos são fatores determinantes para o bem-estar emocional. Manter uma vida social ativa, seja através de encontros familiares, atividades em grupo ou voluntariado, reduz o risco de depressão e melhora a saúde mental. Tecnologias como videochamadas e redes sociais também são ferramentas úteis para manter o contato, especialmente em tempos de distanciamento físico.


Mito 4: Não há mais tempo para mudanças de hábitos


Nunca é tarde para adotar um estilo de vida mais saudável. Pesquisas indicam que mudanças positivas, como alimentação equilibrada, cessação do tabagismo, controle do estresse e inclusão de práticas físicas, podem gerar benefícios imediatos e a longo prazo, independentemente da fase da vida em que são implementadas. Pequenos ajustes, como incluir mais vegetais e fibras na dieta, reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados e praticar exercícios leves diariamente, já impactam significativamente a saúde.


Mito 5: O bem-estar psicológico diminui com o passar dos anos


Ao contrário do que muitos imaginam, pesquisas sugerem que indivíduos em fases mais avançadas da vida podem apresentar níveis de felicidade e satisfação até superiores aos das fases anteriores. A resiliência emocional e a capacidade de lidar com desafios tendem a aumentar com a experiência adquirida, promovendo uma percepção mais equilibrada da vida. Estratégias como a meditação, a terapia cognitivo-comportamental e a gratidão diária ajudam a cultivar emoções positivas e reduzir a ansiedade e o estresse.


A longevidade não deve ser vista como um período de limitações, mas sim como uma oportunidade de continuar evoluindo, aprendendo e desfrutando de uma vida plena. O segredo está na adoção de hábitos saudáveis, na manutenção de uma rede de apoio e no compromisso com o autocuidado.


Referências


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  • Smith, P. J., & Blumenthal, J. A. (2016). Dietary factors and cognitive decline. JAMA, 315(1), 55-56.


Redigido por

Elen Vitória Zonta - Gerontóloga


Revisado por

Audrey Ricetto - Gerontóloga

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